terça-feira, 31 de março de 2009

Vocês Ainda Não Ouviram Nada

Resenha do livro Vocês Ainda Não Ouviram Nada - A Barulhenta História do Cinema Mudo, escrita por mim no ano de 2005.

É impressionante o número de pessoas que faz “cara feia” ao ouvir as palavras “Cinema Mudo”. Este desprezo é bastante equivocado, sabendo-se que sem o cinema mudo, o cinema como nós o conhecemos hoje não existiria, pois foi devido a ele que a linguagem cinematográfica foi criada.
Entre 1800 e 1900, muitos inventores criaram máquinas que reproduziam imagens em movimento. Estes inventos deixavam muito a desejar quanto a sua qualidade, duração e possibilidade de exibição, por exemplo, o Cinetoscópio de Edison, que podia ser visto apenas por um espectador a cada exibição. Apesar de todos esses precursores do cinema, este tem seu marco zero na invenção do Cinematógrafo dos irmãos Lumière. A primeira exibição de um filme feito pelo Cinematógrafo foi em 22 de março de 1895, mostrando o filme A Saída dos Funcionários da Fábrica, que retratava exatamente isso, a saída dos funcionários da fábrica dos irmãos. O Cinematógrafo destacou-se no meio de tantas invenções por seus avanços tecnológicos, sua praticidade e pelo fato de poder ser exibido para uma grande audiência.
Apenas para ressaltar, no Brasil, por mais surpreendente que possa parecer, meramente seis meses após a estréia do Cinematógrafo em Paris, o aparelho já chegava ao Rio de Janeiro causando fortes impressões na platéia.
Até 1896 todos os filmes produzidos pelos irmãos não passavam de câmeras estáticas captando alguma ação cotidiana. No entanto, ao filmar um passeio de gôndola em Veneza, Alexandre Promio (um cinegrafista que trabalhava para os Lumière) realizou o primeiro travelling da história, ao deixar a câmera dentro da gôndola enquanto esta se movimentava.
Os irmãos Lumière, apesar de bons empresários, não viam aquele invento como recurso artístico, no entanto um francês chamado Georges Meliès via. Meliés transformou cinema em arte, transportando clássicos como Cinderela para o filme, e ousando até filmar Joana D’Arc com cerca de 500 figurantes. Ele foi também, acidentalmente, o criador do stop-motion, acontecendo isto devido a uma falha na sua câmera.
Apesar de ser muito dotado para as artes, Meliès não era nem um pouco dotado para os negócios e acabou falindo logo. Mas Charles Pathé viu no cinema a oportunidade de unir arte e indústria, criando a Pathé Frères, firma que, até fechar em 1929, praticamente monopolizou o cinema francês. O faturamento da empresa era tão grande que após seu fechamento, Pathé foi aproveitar seus lucros na Riviera.
Mas a novidade tecnológica já se espalhava pelo mundo e nos Estados Unidos muitos imigrantes chegavam. Estes imigrantes formaram uma forte classe proletária, discriminada pela classe média burguesa. Foi nos famosos circos de aberrações que o cinema começou a tomar lugar na economia americana, desligando-se logo de tais circos para ganhar seu circuito próprio, surgindo assim os nickelodeons. Estes eram salas de projeção improvisadas em galpões nas quais eram exibidos filmes com a intenção de entreter, e nada mais do que isso. Estas seções custavam apenas cinco cents (um níquel), por isso eram bastante freqüentadas pelas classes inferiores e mal vistas pela burguesia. Os faturamentos dessas salas chegavam a 6 milhões de dólares anuais e, fartos deste dinheiro “desperdiçado”, as autoridades econômicas começaram a impor restrições aos nickelodeons e a fechá-los, principalmente depois da criação do Conselho de Censura Cinematográfica, criado em 1909.
Com essa onda de censura a classe burguesa passou a ver com olhos melhores esses espetáculos, e foi aí que os grandes estúdios começaram a surgir.
Várias empresas como a Biograph, a Vitagraph, Essanay e outras surgiram nessa época, no entanto todas essas se deram mal, devido ao truste organizado por Edison para obter o monopólio da indústria. A vantagem que o truste trouxe para o cinema foi o aumento da qualidade dos materiais utilizados.
Diversos estúdios independentes surgiram com o intuito de combater o truste obter o seu sucesso, ente eles a Universal, a Keystone, a Paramount, a Fox e a United Artists, entre outras tantas fusões de outros tantos estúdios. Foi em meio a essas uniões, acordos, fusões e brigas que filmes mais polêmicos e mais tocantes começaram a surgir, bem como alguns grandes astros, por exemplo, Charles Chaplin. Essa erupção de novas companhias cinematográficas garantiu por certo o nascimento do longa-metragem americano, no entanto, o primeiro longa, foi produzido na Austrália, com um orçamento de cerca de 700 dólares, rendendo 35.000. O filme falava de Ned Kelly, um bandido que viveu na Austrália entre 1855 e 1880 e chamava-se The Story of Kelly Gang.
Durante um grande período o cinema foi dominado pelas comédias, até pelo fato da falta do som, tornando a comicidade mais fácil de ser realizada. Dentre os principais cômicos mudos estão Buster Keaton, Charles Chaplin e Harol Lloyd, constando também os famosos personagens de O Gordo & O Magro. De todos estes o maior representante da arte cinematográfica é Chaplin, sendo a figura mais marcante do cinema, sempre lembrado em qualquer livro ou relato sobre a arte.
Ao estourar a I Guerra Mundial, a Europa deixou um pouco de lado suas produções artísticas, tendo em vista que o continente estava em conflito, deixando a indústria cinematográfica norte-americana fortalecer-se cada vez mais. Após a guerra, o cinema passou a ser a quinta indústria mais importante dos EUA, dominando 85% do mercado internacional.
É importante ressaltar que as produções cinematográficas não haviam deixado de acontecer nos outros países, apenas diminuído em número, a Alemanha, por exemplo, foi um grande pólo produtor de filmes de terror e suspense. Já a Rússia, devido ao seu sistema político econômico obsoleto, teve um atraso na sua produção cinematográfica.
Próximos demais de uma grande metrópole como Nova York, com terrenos caros e mão-de-obra também cara, e com uma indústria em expansão, os grandes estúdios passaram a se deslocar para o oeste, onde atualmente é Hollywood, em busca de condições de produção que coubessem nos bolsos dos produtores.
Em Hollywood, a indústria cresceu imensamente, surgindo mais estúdios, como por exemplo, a MGM, e criando então estrelas e símbolos sexuais como Rodolfo Valentino, que trabalhou em empregos de baixa categoria até ser descoberto pela roteirista Jean Acker, que o levou para trabalhar em Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, lançando assim sua carreira como ator.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Horácio Filósofo

História do Horácio publicada no Almanaque do Gibizinho da Mônica, Nº 2, 1998.

Durante toda a história Horácio está sentado num penhasco, observando o vale abaixo.

"Quanta vida, quanta emoção acontecendo lá embaixo no vale! Animais, plantas, todos em busca de oxigênio, água, comida, calor... e companhia.
Enquanto não aprenderem a sujar o ar, terão oxigênio suficiente! A mesma coisa com a água! Tem água em abundância! Às vezes, é só procurar um pouquinho.
Comida tem para todo gosto! É subir numa árvore, colher umas frutas... ou correr atrás de uma caça.
Calor, tem o do sol, das estações quentes... ou das caverninhas gostosas e acolhedoras! Umas peles de algum falecido ajudam nos piores dias do inverno!
Falta a companhia. Como fazer para tê-la e não perdê-la?
Bem! Melhor ir pelo começo! Primeiro Tê-la!"

quarta-feira, 25 de março de 2009

Hoje é meu aniversário.

Parabéns pra mim. A Nath diz: "Parabéns pro dedé."

Já que todo mundo fez um blog, eu também.